domingo, 29 de julho de 2007

www.bodybuilding.com



"Você nasce pequeno e fraco...você morre pequeno e fraco...Como você vai ser neste meio tempo, depende de você!" Nunca é tarde demais pra correr atras do que se deseja!!!!!!

ALIMENTOS QUE CURAM

Dorian Andrew Mientjez Yates




Nome Dorian Andrew Mientjez Yates
Data de Nascimento 19 de Abril de 1962
Local de Nascimento Birmingham, Inglaterra
Altura / Peso On 1,79m / 115 kg -118 kg
Títulos 1984 Mr. Birmingham novice; 1985 Novice West Coast (England); 1986 EFBB British (peso pesado); 1988 British Championships; 1991 NOC; 1991 GP Inglaterra; 1992 Mr. Olympia; 1992 GP Inglaterra; 1993 Mr. Olympia; 1994 GP Alemanha; 1994 GP Espanha; 1994 GP Inglaterra; 1994 Mr. Olympia; 1995 Mr. Olympia; 1996 Mr. Olympia; 1996 GP Espanha; 1996 GP Alemanha; 1996 GP Inglaterra; 1997 Mr. Olympia.


Ocupação
Atualmente estou envolvido com negócios de suplementação esportiva, além disso, tenho a Academia Temple na Inglaterra.

O maior destaque na carreira
Provavelmente a minha segunda vitória no Mr. Olympia, por que foi ali que deixei minha marca no esporte e passei a dominá-lo.

A maior decepção na carreira
A maior decepção foi uma lesão. Eu estourei meu bíceps e tríceps.

Quem ou o que motivou você a começar no fisiculturismo?
Basicamente, as revistas do Joe Weider. Poder ler sobre os campeões desse esporte realmente despertou a minha paixão pelo fisiculturismo.


Exercício favorito
Eu tento não ter um exercício favorito porque todos eles são importantes. Em geral gosto de exercícios básicos e bem pesados como o leg press.

Exercício que menos gosta
Eu não diria que tenho um exercício que eu menos goste de fazer. Os exercícios que eu menos gosto, são aqueles que eu não considero funcionais, então eu não os faço mesmo. Upright rows (remada em pé) é um bom exemplo.

Comida de dieta favorita:
Oatmeal

Comida Junk favorita
Sorvete. De preferência da marca Ben & Jerry's.

Música
Reggae


Programa de TV
Eu não assisto muito TV. Basicamente eu gosto de ver programas sobre vida selvagem, tipo National Geographic. Dos programas mais comuns eu gosto do "Friends" e "NYPD Blue".

Filme
Coração Valente

Ator e Atriz
Al Pacino / Marilyn Monroe

Descreva-se
Honesto, trabalhador, durão. Um tipo quieto, pouco extrovertido. Gosto de tratar as pessoas do mesmo modo que eu gostaria de ser tratado. Espero que se lembrem de mim desse jeito.

Qualidades que você mais admira nos outros
A primeira coisa que vem à minha cabeça é a integridade.

Férias perfeitas
Algum lugar muito ensolarado, porque na Inglarerra o tempo não costuma ser bom. Lugares que gostei de visitar foram o Havaí e a Jamaica e por isso eu gostaria de voltar lá.

O que você acha que o futuro guarda para o fisiculturismo profissional?
Eu não sei. Se conseguir entrar nas Olimpíadas, acho que isso vai ajudar o esporte. Mas não estou muito certo pois há uma falta de renovação dos profissionas, pelo que me consta. A qualidade dos caras que estão entrando no fisiculturismo não é tão boa quanto era há alguns anos. A maioria dos que estão no topo já estão lá a muito tempo e ainda não há ninguém que possa substituí-los. Precisamos olhar na raiz do esporte, ou seja, os caras jovens, e encorajá-los para chegar lá.

O que você acha dos novatos como o Dexter Jackson e Markus Ruhl?
Eles são bons profissionais mas não são for a de série. Eles não estão no mesmo nível de um Shawn Ray, Kevin Levrone ou Flex Wheeler.

Qual é a dica mais importante que você pode dar para alguém que quer competir no fisiculturismo?
Você precisa dar um passo de cada vez. Comece indo a pequenas competições locais e trace seus objetivos. Não sonhe muito alto.

Numa recente pesquisa com leitores da revista FLEX, você foi o segundo bodybuilder mais votado do século 20. O que tem a dizer sobre isso?
Eu fiquei bem feliz com o resultado. Sabia que o Arnold ia ganhar a maioria dos votos por causa da exposição que ele tem na mídia e pelo o que ele fez pelo esporte. Não acho no entanto, que isto reflita no seu físico. Por sinal, acho que o físico dele não é o melhor de todos os tempos, mas, talvez ele seja o maior bodybuilder em virtude do fato dele ser bem conhecido. Dito isto, estou muito satisfeito de ser o segundo, pois isso significa que eu sou o melhor fisiculturista no que diz respeito ao físico.

Descreva um dia típico
Na época em que competia, eu poderia te dizer isso. Mas no momento é diferente o tempo todo, porque estou fazendo muitas coisas diferentes ao mesmo tempo, como viajar pelo mundo todo. Não é nada regimentado como costumava ser. A maior parte do tempo tenho viajado mas tento, sempre que possível, treinar na parte da manhã.


Termine esta frase - "A maioria das pessoas ficariam surpresas se descobrissem que......"
...a minha personalidade não é aquela mostrada nas revistas, apesar daquilo corresponder a uma parte dela. Existe outra parte minha que as pessoas não vêem. Sou bastante sensível e me interesso por vários assuntos fora do fisiculturismo. Tenho muito interesse em vida selvagem e conservação da natureza. Também acho que tenho bastante senso de humor e essa parte da minha personalidade não aparecia quando estava nos palcos, ou nas revistas, porque tinha que ser muito sério naquilo que estava fazendo.

Qual a sua opinião sobre essas pessoas?
Ronnie Coleman
Acho que ele tem um físico excelente. Ele trouxe características como dureza dos músculos e tamanho para um nível superior. É bastante surpreendente que no início da carreira dele ele não tenha obtido boas colocações. E ainda assim ele conseguiu tornar-se um Mr. Olympia. A maioria das pessoas que atingem um nível de Mr. Olympia começaram obtendo colocações já no topo. O Ronnie começou ficando em oitavo, nono e décimo lugar por alguns anos, depois ele melhorou muito e chegou lá. Ele é um grande Mr. Olympia por causa do seu método de trabalho: Ele trabalha duro e é muito dedicado.
Lee Haney
Lee é um grande campeão. Ele era o Mr. Olympia quando comecei no Olympia, então ele era alguém em quem eu me espelhava. Dito isto, eu acho que na época dele o nível não era dos maiores como é agora, então para ele era mais fácil estar à frente dos demais, até o momento em que eu apareci. Mas ele é um grande campeão, uma boa pessoa e um homem de família.
Joe Weider
Muitas pessoas dizem várias coisas ruins sobre o Joe, mas eu só tenho coisas positivas para dizer sobre ele. Sem ele não haveria Mr. Olympia e sem suas revistas, o nosso esporte não seria promovido. Ninguém saberia quem é Dorian Yates se não houvesse a Muscle & Fitness e a Flex. Me sustentei vivendo do esporte só por causa dele.
Flex Wheeler
Flex é um bom amigo. Nos tornamos amigos em 93 quando fizemos um guest posing juntos. Ele é um cara com um grande potencial e um ótimo físico. O Flex tem o potencial de se tornar um Mr. Olympia, mas eu não sei se ele tem a vontade necessária. Ele não aproveita ao máximo este potencial.
Shawn Ray
Um dos maiores fisiculturistas do mundo. Ele possui um excepcional físico e por isso está sempre entre os 5 ou 6 primeiros no Mr. Olympia. O Shawn já está no nosso esporte há muito tempo, então temos que respeitá-lo pela sua regularidade e pelo fato de que ele é um dos melhores. Eu não acho que ele vá se tornar um Mr. Olympia. E também acho que ele nunca deveria ter sido Mr. Olympia, apesar de todo o falatório dele nas revistas. Eu nunca encarei ele como uma ameaça na época em que competíamos juntos.

O Shawn Ray fez alguns comentários não muito agradáveis sobre você - afirmando que você não era um bom representante do fisiculturismo devido à sua introspecção. O que tem a dizer sobre isso?
É uma questão de opinião. Acho que representei bem o esporte. Fui um atleta dedicado e motivei muitas pessoas a começarem a treinar e a melhorar suas vidas. Eu não fiz o que Shawn Ray faria se ele fosse Mr. Olympia, mas o fato é que ele não é o Mr. Olympia, sendo assim ele não tem escolha.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

ABDOMINAIS RASGADOS


ABDOMINAIS RASGADOS


Com a chegada do verão a loucura pelo culto ao corpo aumenta e é comum as academias lotarem de malucos de última hora querendo milagres para desfilar na beira da praia . Bem , em primeiro lugar a academia NÃO treina bundões que querem só se aparecer com camisetinhas ¨mamãe tô forte¨ e andar de braços abertos parecendo uma asa delta ou um pistoleiro do velho oeste . Treinamos pessoas que se dedicam 110 % ao treinamento e que querem tornar isto parte de suas vidas . Os ¨atletas de verão ¨ são bem vindos aqui na academia mas serão orientados a trocarem o imediatismo pela maior virtude do atleta sábio - A Paciência . Aprendendo a manter-se em forma durante todo o ano não há necessidade de loucuras de última hora o que pode lhe trazer sérios riscos para a sua saúde. Seja inteligente e treine com a gente !

Mas chega de baboseira e vamos ao que interessa que é saber como deixar seus abdominais na ¨rasgadeira ¨ . Lembrando que esta matéria foi escrita devido a alta encheção de saco com perguntas do tipo ¨ - O que faço para perder isto ? ¨ A resposta mais simples seria : ¨- Passa a faca ! ¨ Outra resposta seria : ¨- Treinando e se alimentando corretamente o dobro do tempo que você levou para criar isto ! ¨

Fui durão na resposta ? Você não viu nada ainda ! Se não for desta maneira não funciona ! Ou você QUER mudar ou você NÃO quer mudar , saiba bem então o que você QUER antes de QUERER algo . Abdominal rasgado significa restrição calórica , ingesta adequada de carboidratos de qualidade e não de lixo tipo ¨Big Cag Shit ¨ ou ¨Fodid´s¨ que são porcarias que seu corpo não ¨curte¨ mas você obriga o coitado a aceitar . O que você acha que tem maior valor nutricional : o bife com arroz e salada que sua mãe faz em casa ou o Cag Shit Special Detonator Peidorreration que você come no ¨Cag Dia Infeliz ¨ e sai de lá dando risadas com uma camiseta e com a certeza de que seu dinheiro foi dado para alguém que certamente está mais cheio da grana que você ? ? ?

Acho que não é necessário pensar muito .Então o primeiro passo para sarar teu ¨panceps ¨é mudar tua alimentação . O segundo é entrar em um programa de exercícios dirigidos a esta região mas sem exageros pois existem manés que treinam abdominais TODOS os dias e canso de dizer que estão errados mas basta eu virar a cabeça após meia hora de explicação que o mané já está lá de novo treinando abdominais . Você com certeza não treina seus bíceps TODOS os dias , correto ? Você sabe que é loucura treinar até o esgotamento um determinado músculo todos os dias e sabe que fazendo isto NÃO terá resultados então por que seu filho de uma mãe bem legal você treina seus abdominais TODOS os dias ?

A resposta é porque você é adepto da filosofia do excesso que dita que tudo o que é feito em maior quantidade é o que é certo e o que dá resultado - ERRADO ! O que funciona é o treino feito com inteligência . Os músculos abdominais são como qualquer outro músculo de seu corpo e precisam de descanso após serem ¨marreteados¨sem perdão . A única coisa que você conseguirá treinando um músculo todo o dia é aumentar a RML deste , ou seja a Resistência Muscular Localizada do infeliz . Um músculo resistente não significa que é definido e muito menos ainda que seja um músculo forte .

Não cometa excessos . Existem alguns ¨seres¨que podem cometer excessos sem causar dano a seus físicos , cito dois como exemplo :

- O Hulk , que é músculo puro desde o dia que nasceu e que a cada ataque de fúria fica maior ainda .

- O Wolverine , membro dos X-Men que é dotado de um incível fator de cura que o permite recuperar-se de traumas e ferimentos com muita rapidez .


Já que você não é nenhum super-herói e talvez esteja mais para Bob Esponja e a única coisa de super que você talvez tenha seja uma super puta barrigona de cerveja o negócio é agir sabiamente alimentando-se e treinando corretamente . Vamos começar pela primeira parte que é a mais delicada :



Alimentando-se corretamente


Faça um acordo consigo mesmo durante 4 semanas e comprometa-se a seguir as orientações abaixo :



Semana 1 :

- Reduza em 50 % todo o lixo que você encontrar vagando em sua dieta

- Beba fielmente 2lt de água por dia ( você faz isto ? )

- Aumente os vegetais de folhas verdes em sua dieta

- Come brócolis ? Como não seu ¨ pluto ¨ ? Comece a comer então !

- Coma somente carnes magras , sem molhos , nunca fritas

- Faça 20 minutos de bicicleta ou caminhada 3 vezes por semana


Semanas 2 e 3 :

- Aumente para 2,5lt de água diariamente sempre tendo o cuidado de durante o treino beber de 500-700ml ( recomendação do ACSM )

- Reduza um pouquinho o carboidrato de sua dieta . Sabe aqueles 300 pãezinhosde 50g que você come por semana , pois é , faça um esforço e coma apenas 150 ! Melhor ainda se você comer apenas 2 por dia ou trocar por duas fatias de pão integral !

- Pare com a cerveja se ainda não parou ou reduza o máximo que puder . Álcool NÃO é nutriente e nenhum bem lhe trará

- Coloque sobre sua salada uma colher de óleo de oliva virgem

- Retire a cafeína de sua dieta ( ela reduz o tônus muscular e v. não quer um abdominal flácido não é ?? )

- Aumente um pouco a proteína em sua dieta . Coma alimentos como claras de ovos cozidas , peito de frango , atum light , bifes magros ...

- Faça 30 minutos de caminhada ou bicicleta 3 dias na semana 2 e 4 dias na semana 3


Semana 4 - A semana do ¨Rasga Total ¨:


- Agora é hora de você ir contra as tabelas de nutrição e reduzir TODO o carboidrato de sua dieta em 50 % . Aproveite e reduza ao máximo a gordura de sua dieta mas não retire o óleo de oliva pois ele é uma ¨gordura boa ¨e isto é assunto para outro artigo

- Aumente a água para . . . 3lt por dia , isto mesmo 3lt .

- Ainda não parou com a cerveja e o refri ? Então não é merecedor de um abdominal sarado ! Seja forte , lute por seu objetivo ou rasgue outra coisa ao invés do abdominal !

- Já que você reduziu bastante um nutriente importante em sua dieta (os carboidratos) é bom você suplementar com algum multivitamínico-mineral já que a redução de um grupo de alimentos pode acarretar na falta de alguns minerais e vitaminas importantes para o bom funcionamento de seu organismo. Existem boas marcas no mercado, consulte seu médico ou nutricionista e peça para ele lhe receitar um bom complexo .

- Reduza o sal extra em sua dieta na semana 4 a quase zero . Todo alimento que você ingere tem uma certa quantidade de sal sendo assim não há necessidade de exagerar no sal . Use-o moderadamente em alimentos como as carnes por exemplo já em alimentos como o arroz , a quantidade pode ser bem reduzida ou zero, basta você acostumar seu paladar. Vai aqui um probleminha para você resolver : Some os valores de sódio contidos em 50g de atum light , 50g arroz branco , 50g de feijão , 50g de pão francês e veja o resultado final . Uma dose de 5g de sal por dia é mais que o suficiente para salgar toda a sua comida , porém , na semana 4 é necessário reduzir o sal o máximo possível na dieta . Mantenha o sal apenas nas carnes - frango e vermelhas . Elimine o atum e outros peixes de sua dieta ( viu quanto de sal tem uma latinha de atum ? )


- Faça 45 minutos de caminhada ou bicicleta 4 dias nesta semana .




TREINANDO CORRETAMENTE SEUS ABDOMINAIS :


O treino que segue deve ser feito exatamente como mostrado durante as 4 semanas do programa .

Dia 1 :

1- Crunches : 4 X 30

2- Leg Raises Deitado : 4 X 20

3- Prancha reta ( Cruzando ) : 3 X 20


Dia 2 :

1- Leg Raises deitado : 4 X 20

2- Side Bends : 4 X 20 ( Cada lado )


Dia 3 :

1- Máquina : 4 X 30 ( Use carga máxima 30 kg )

2- Crunches : 4 X 40




Este treino eu já considero um excesso mas lembre-se de controlar o melhor que puder a sua alimentação pois ela é a chave para um abdominal bem definido . Faça o treino preferencialmente nas segundas , quartas e sextas . Sempre treinando um dia e falhando outro pois seus músculos precisam de descanso. Mais um detalhe importante : Não use carga para treinar este grupo , salvo no exercício feito na máquina onde a carga não deverá ser superior a 30kg . O uso excessivo de carga provoca uma hipertrofia excessiva da musculatura abdominal e quando a mesma se encontrar relaxada você parecerá um gordo. Você só deve utilizar carga se for participar de uma competição de culturismo onde o bicho pega pra valer e você deve apresentar a sua melhor forma possível em cima do palco . Afinal de contas para mim lugar pra se mostrar é em palco de competição e não dentro de camisetinha de bundão !

Acho que já deu pra você entender sobre como deve fazer para ter um abdominal um pouco melhor ou pelo menos mais definido - o segredo é 70 % ALIMENTAÇÃO correta e os outros 30 % é TREINO . Isto não vale só para o abdominal mas isto a gente fale na próxima vez . Té mais irmãos fanáticos pela maromba !

Mecanismo de Funcionamento dos Esteróides


Mecanismo de Funcionamento dos Esteróides

Devemos esclarecer, primeiro , que ninguém sabe exatamente como os esteróides anabólicos funcionam e, segundo, que não iremos muito a fundo neste assunto, mas salientaremos, aquilo que for mais relevante e útil. Caso contrário, teríamos de escrever outro livro só para isso e creio que poucos de vocês estão interessados em altas elucubrações científicas. Basicamente, os esteróides são moléculas que se podem incorporar à corrente sanguínea através de administração oral via estômago e intestino ou injetada. A partir daí estas moléculas viajam pela corrente sanguínea como mensageiros, procurando um local específico para entregar a sua mensagem. Este modelo teórico fr receptor de mensagem é denominado de citos receptores. Estes citos receptores estão presentes na célula muscular , nas glândulas cebáceas, nos folículos capilares, em várias outras glândulas e em certas regiões do cérebro. A capacidade destas células de receber os diversos tipos de esteróides é denominado de afinidade. Em palavras simples, a célula e o esteróides devem se gostar. Os mensageiros devem existir em forma livre na corrente sanguínea e não ligados a outra molécula para que sejam efetivos. Ocorre que uma porcentagem muito grande de esteróides está ligada a outra molécula, sendo assim incapaz de entregar a sua mensagem. Quanto mais esteróides livres existirem na corrente sanguínea , mais esteróides estarão disponíveis para os citos receptores. Outra consideração importante a se fazer: - Algumas pessoas são premiadas com mais receptores que outras, mas isso é uma questão genética que ninguém pode mudar. - Parece haver um fechamento dos citos receptores, quando um determinado tipo de esteróides é muito utilizado. - Existem pessoas que têm mais afinidade a certos tipos de esteróides do que outras. Retormando, ainda não existe um esteróide perfeito, totalmente livre, altamente anabólico, não androgênico e com alta afinidade aos citos receptores. A molécula de esteróide viaja pela corrente sanguínea, entregando a sua mensagem a diversas células receptoras ou se modifica em outro tipo de componente e eventualmente é excretada pela urina, é recebida por outro tipo de receptor e pode influenciar diferentes mecanismos no corpo. Esta é uma das razões de alguns efeitos colaterais causados por esteróides. A lguns esteróides como a testosterona, variam na sua habilidade em se converter em um componente denominado Dihidrotestosterona (DHT), indesejável para pessoas sexualmente maduras. Essa conversão é provocada por uma enzima denominada 5-alpha-redutase. Dentre os efeitos indesejáveis estão: perda de cabelo (calvície), crescimento de pêlos no corpo e barba, acne e aumento da próstata. Os esteróides também podem-se converter em estrógenos por um processo denominado de aromatização. Os efeitos desejáveis (anabólicos) promovidos pelos esteróides são os seguintes: A . Os esteróides podem aumentar a força de contratibilidade da célula muscular, através do aumento do armazenamento de fósforo creatina (CP) .Essa substância ajuda a repor o trifofato adenosina (ATP) que é a principal fonte de energia do músculo. Isso ocorre em uma complexa seqüência de eventos denominados ciclo de Crebs, seqüência essa que depende de várias enzimas. Em outras palavras, quanto mais fósforo creatina armazenado no músculo houver, mais forte e denso este será. B. Os esteróides promovem balanço nitrogenado positivo (mencionado no capítulo de nutrição).Essa é mais uma forma de aumentar a força muscular e também o volume. O nitrogênio é conhecido como componente de crescimento na proteína. Manter equilíbrio nitrogenado positivo é fator fundamental para o crescimento e força muscular. Isso é obtido pelo consumo freqüente e em quantidade suficiente de proteínas e poder ter o seu grau de retenção significativamente aumentado por uso de esteróides anabólicos. C. Os esteróides aumentam a retenção de glicogênio. Essa substância derivada da quebra de carboidratos é a fonte secundária de energia para o músculo. Tão logo tenham se esgotado as reservas de ATP, que fornecem energia para esforços de respostas rápidas com duração de apenas alguns segundos, o glicogênio passa a entrar em cena para manter o suprimento de energia, caso o esforço se prolongue. Qualquer aumento na retenção dessa substância resulta no aumento do volume muscular. Portanto, é conveniente encher a célula de glicogênio. É a isso que se refere a dieta de supercompensação estudada no capítulo de nutrição. Ou seja, podemos atingir otimização da retenção de glicogênio intracelular manipulando a dieta, sendo que o uso de esteróides irá favorecer essa retenção, esteja a pessoa nesta dieta ou não. D. Os esteróides favorecem a captação de aminoácidos. Os aminoácidos ((proteínas) são os "tijolos" de construção da massa muscular. Hormônios como a insulina, GH e a testosterona favorecem a síntese de aminoácidos. Ocorre que com o uso de esteróides anabólicos esta síntese de aminoácidos não depende tanto da insulina. Quando o corpo secreta muita insulina, pode aumentar o acúmulo de gordura corporal. E. Os esteróides anabólicos bloqueiam o cortisol. Como foi visto no capítulo de nutrição, o cortisol é um hormônio catabólico liberado por estresse emocional e também após treinamento árduo. Este hormônio pode suprimir a produção natural de testosterona do organismo já que estes são antagonistas e travam uma batalha para decidir se o músculo irá vrescer ou definhar-se . O cortisol também torna o organismo mais susceptível a gripes e resfriados por suprimir mecanismos imunitórios. Sugere-se que os esteróides anabólicos em grande parte favorecem o crescimento muscular devido a seu efeito na atividade do cortizol no corpo humano.







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Os homens bombados a óleo!!!


Os homens bombados a óleo!!!

Não muito tempo atrás, podíamos ouvir que o atleta tal é drug free (natural), ou seja, que não fazia uso de esteróides anabólicos ou outras substâncias hormonais como GH e insulina para ficar gigante. Hoje, com a vasta utilização incontrolável dos hormônios esse conceito está ficando cada vez mais banalizado no mundo do fisiculturismo.

O termo que se passou a ouvir é que o atleta é Synthol Free . Um esporte que já sofre preconceitos pelo claro abuso de drogas anabólicas, há algum tempo se tornou mais bizarro pela atitude indiscriminada de alguns atletas que começaram a apelar para o uso de drogas a base de óleos para inflar os músculos (Synthol, Esiclene).

Tudo iniciou com o uso de um esteróide muito fraco produzido na Itália de nome Esiclene. Logo atletas observaram que a droga causava muito inchaço local, sendo que pela lógica do atleta : se o inchaço ocorre no meu glúteo, que este seja então no bíceps (a não ser que se trate de concurso Popozudo do Ano).

Hoje na América e na Europa encontram-se os “inocentes” Pump n' Pose, anunciados em algumas revistas especializadas e pela internet, como se fossem óleos para passar na pele, mas todo mundo sabe que a real utilidade é injetá-los pelo corpo inteiro com injeções profundas, geralmente no ventre muscular.

Os principais locais de aplicação são as regiões em que o atleta se acha mais deficitário. “Definitivamente muita gente grande andando por aí não tem seus músculos totalmente constituídos a base de proteína”.

Por aqui, na terra tupiniquim, são os tais de Estigor e ADE. Na verdade, medicações veterinárias com compostos vitamínicos diluídos em óleos de alta viscosidade que muita gente está utilizando para inflar os músculos e temporariamente produzir inchaço por inflamação e consecutivo aumento das medidas.

Vale lembrar que nessas substâncias existem vitaminas e que o excesso destas pode provocar sintomas de hipervitaminose. Bem, se o objetivo é realmente cosmético, poderíamos comparar isso com implantes de silicone ou implantes penianos infláveis. Só que há indivíduos que não suportam observar o músculo intumescido voltando para o estado anterior e tome óleo sucessivamente já que o grande efeito se mantém pelo período de no máximo 5 dias após a última aplicação.

Esse é o caso da utilização do Esiclene e da aplicação localizada de outros esteróides de base oleosa. Já o tal de Synthol ou Muscle Sheed (a versão inglesa) é baseado em um óleo de maior densidade o MCT (triglicerídeo de cadeia média), é bom que os loucos de plantão saibam que este é um tipo farmacológico esterelizado de MCT, e não esses que se pode encontrar em lojas de suplementos, normalmente utilizados em dietas cetogênicas.

Pela característica do óleo e outras misturas, a permanência do efeito é bem maior e pode durar anos. De fato, o óleo se mistura às fibras musculares dando maior volume e até definição muscular, agora, imaginem uma substância estranha ao corpo humano permanecendo no sistema durante anos. Se em implantes de silicone feitos em clínicas especializadas e que possuem revestimento já ocorrem reações adversas, imaginem os problemas a curto e longo prazo que óleos de fabricação obscura para aplicação caseira podem acarretar? De fato, essas injeções localizadas causam melhor efeito cosmético em grupos musculares menores como bíceps, tríceps e panturrilha. Em grupos maiores e mais longos, como nos músculos da perna, poderá formar ridículos calombos localizados ou uma série deles, se houverem diversas aplicações, gerando uma anatomia totalmente disforme.

Alguns fisiculturistas ou entusiastas preferem valorizar uma determinada região muscular, como os braços, por exemplo, e injetam óleo somente nessa parte criando, assim, uma grande desproporção de desenvolvimento com as outras partes do corpo, o que para um atleta competitivo certamente custará alguns pontos.

Observem que alguns atletas profissionais nunca ganham competições ou sequer ficam entre os 6 primeiros por terem evidência do uso de drogas localizadas. Em competições amadoras, talvez, existam alguns indivíduos portando troféu por que alguns juízes não são muito instruídos. Por outro lado, tem alguns usuários de drogas localizadas que conseguem impressionar juízes mal informados ou algum "paga-pau" mais idiota.

Agora, imaginem o fígado processando todo esse óleo, ou a possibilidade desse ser aplicado em um vaso sanguíneo e causar uma embolia, como em Milos Sarcev, que por pouco não foi a óbito, já esses idiotas de Goiania não tiveram a mesma sorte, injetando 60ml de uma mistura de substacias de uso veterinario, vejam bem, o problema não foi as substancias porque o hormonio e as vitaminas são as mesmas tanto para animais como para humanos mas a concentração dos mesmos, sendo que para cada 350 a 400kg usamos 10ml, e esses idiotas injetaram na veia, colocando mais lenha na fogueira em nosso mal visto esporte MUSCULAÇÃO, com uma manchete de primeira pagina - ADOLECENTE MORRE POR USO DE ANABOLIZANTES EM ACADEMIA.

Ocorrências como hematomas e fibroses são também muito comuns. Existe um ex-fisiculturista amigo meu que teve os bíceps deformados pelas aplicações locais de várias substâncias e hoje parecem duros como rocha sem possuírem mais total capacidade de contração de tanta mistura de drogas que foi aplicada.

Certa vez há alguns anos na Inglaterra, eu e um fisiculturista profissional com quem treinava na época estivemos em um laboratório clandestino de produção de óleo para fisiculturistas. Misturava-se num mesmo frasco Formebolone, Sustanom, óleo MCT e Winstrol para diminuir a viscosidade (dentro de outras coisas drogas de base aquosa são as mais susceptíveis a contaminação). O dono do “empreendimento” estava orgulhoso porque tudo era produzido em perfeitas condições de higiene.

Realmente, os dois funcionários que trabalhavam na produção vestiam aventais, luvas, máscaras e gorro. Mas para nossa surpresa, a porta de vidro foi repentinamente aberta pelo “empresário” que nos convidou para inspecionar de perto a produção. Lá estávamos nos, sem proteção nenhuma, respirando todas as nossas bactérias em cima daquelas substâncias.

Meses após o mesmo atleta que me acompanhava estava sofrendo de grave infecção na região tricipital onde aplicara o “maravilhoso” óleo. Vejam, apenas me sinto no direito e principalmente na obrigação de alertar. Camaradas, conheci fisiculturistas que fazem mais de 30 aplicações localizadas, com vários mls cada, antes de um show, não antes de administrar morfina para suportar a dor de tamanha obsessão. Vejam, que aplicações localizadas são muito dolorosas e de alto risco. Apesar de algumas possuírem anestésicos como a lidocaína, usuários são unânimes em afirmar que não adianta coisa nenhuma.

Os insistentes afirmam que a dor vai sendo mais tolerável com o passar das aplicações. Outra ocorrência muito comum são os abscessos, já perceberam a pele de vários “atletas” com cicatrizes causadas por abscesso? É como se fosse uma marca de vacina em forma de um pequeno sol. Essas marcas muitas vezes são visíveis pelo corpo inteiro.

Quem acompanha o meu trabalho sabe exatamente que não uso de hipocrisia ou pensamentos puristas, mas definitivamente isso não é fisiculturismo, injeções localizadas não podem ser substitutos de um treino árduo e ótima alimentação. Efeitos de injeções localizadas são ridiculamente visíveis, se você estiver neste esporte se fiando totalmente nesse método, deveria na verdade cair fora e arrumar um emprego decente ou estudar.

Da mesma forma que a IFBB adotou teste para tentar eliminar o uso de diuréticos após a morte de Mohamed Benaziza, e despontuação para extrema definição (Deus guarde em bom lugar Andreas Munzer) deveria tomar providências, também, quanto ao abuso destes óleos que vem se tornando uma prática de grande risco para a saúde e a vida dos atletas. Sem contar que já tenho saudades de peitorais grandes e planos como os de Franco Columbo, bíceps pontiagudos como os de Arnold Schwarznegger e tríceps bem formados como os de Rob Robson.

Muitos profissionais atuais parecem ter físicos muito iguais, com músculos muito arredondados e desenvolvimento descomunal de grupos pequenos, que pela anatomia e característica do músculo jamais poderiam alcançar tamanho desenvolvimento, nem com todos os anabolizantes disponíveis.

Atletas de alto nível servem como exemplo para os jovens . Em minhas viagens ja observei vários “falso fortes”, na maioria pós-adolescentes que sequer competem mas que possuem o bracinho com mais de 50cm de puro óleo. São verdadeiras latas de óleo ambulantes. Existem atletas que sequer aquecem da forma tradicional, o aquecimento é a agulha uma ou duas horas antes do bizarro show. Na verdade, mesmo alguns atletas mais sensatos estão se vendo na obrigação de injetar aqui e ali para competir em pé de igualdade com os outros, o pensamento comum é: se todo mundo está usando, vou usar também.

Companheiros, sensatez e cuidado são as melhores palavras.

Waldemar Marques Guimarães Neto.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Saiba tudo sobre ANABOLIZANTES


Saiba tudo sobre ANABOLIZANTES

O uso de drogas para aumentar a massa muscular e/ou melhorar a performance esportiva tem sido amplamente discutido e condenado nos meios de comunicação, e é sempre tema de intensos debates.

Apesar disso, é surpreendente ver como pouquíssimas pessoas sabem realmente o que são essas drogas, o que elas fazem e quais são os verdadeiros efeitos colaterais.

Por isso vamos falar aqui um pouco sobre elas, para que possamos entender mais a fundo o que elas são e como elas agem no organismo. Vamos lá...


O que são Esteróides Anabólicos?

Resumindo podemos dizer que os esteróides anabólicos (conhecidos também como bombas ou anabolizantes) são material sintético similar à testosterona.

A testosterona apesar de ser um "hormônio masculino" é encontrado tanto em homens como em mulheres, ainda que a quantidade de testosterona no corpo das mulheres seja muito menor.

A testosterona tem 2 efeitos diferentes no corpo: um efeito androgênico, que influencia as características sexuais masculinas tais como o aumento do pênis e dos testículos, mudanças na voz, crescimento de pêlos na face, axila e áreas genitais, e aumento da agressividade; e um efeito anabólico, que influencia coisas como aumento da massa muscular, força, velocidade de recuperação dos músculos e controle dos níveis de gordura corporal.

Os esteróides anabólicos foram projetados de tal forma que se diferenciem da testosterona pelo aumento do efeito anabólico e diminuição do efeito androgênico. O problema é que não existe ainda um esteróide perfeito, que seja 100% anabólico e 0% androgênico. Em todos eles encontramos propriedades androgênicas e anabólicas.


O que os Esteróides Anabólicos fazem?

Dentre outras coisas, os esteróides anabólicos trazem as seguintes consequências para o corpo:

Aumentam a capacidade do corpo de utilizar a proteína, permitindo ao atleta treinar com maior intensidade sem perder massa muscular;
Aumentam a capacidade do corpo de desenvolver massa muscular;
Aumentam a capacidade do corpo ganhar força;
Aumentam a capacidade do corpo desenvolver resistência;
Atuam como anti-inflamatórios, ajudando tanto a prevenir como a curar machucados.
Contudo, o simples uso dessas drogas não vai automaticamente produzir os efeitos listados acima. NÃO VAI MESMO!!! Nenhum desses benefícios é alcançado sem um regime de treinos duros e consistentes e uma dieta apropriada.

Contrário à crença da maioria das pessoas, você não vai ficar maior ou mais forte simplesmente por tomar bomba. O que acontece é que os esteróides anabólicos permitem que as pessoas malhem de forma mais intensa, durante mais tempo e mais frequentemente, sem entrarem em estado de overtraining.

Então na verdade os esteróides anabólicos somente criam as condições necessárias para que as pessoas possam se beneficiar desse regime de treinos mais intensos.


Quais são os perigos dos esteróides?

Os esteróides anabólicos são medicamentos potentes, com um grande número de possíveis efeitos colaterais, que dentre os quais podemos citar:

Calvície;
Hipertrofia da próstata;
Acne;
Agressividade;
Hipertensão;
Limitação do Crescimento (os esteróides anabólicos podem interromper o processo de crescimento);
Aumento do Colesterol;
Virilização em Mulheres (crescimento de pêlos na face, engrossamento da voz, hipertrofia do clitóris e amenorréia);
Ginecomastia (excessivo desenvolvimento dos mamilos em indivíduos do sexo masculino);
Dores de Cabeça;
Impotência e Esterilidade;
Insônia;
Hepatotoxidade (quase todos os esteróides causam lesão no fígado);
Problemas de Tendões e Ligamentos (muitas vezes o aumento da força é desproporcional à capacidade de adaptação dos tendões e ligamentos)

Fator de Perigo dos Esteróides

O grau de perigo que o esteróide representa vai depender dos fatores abaixo:

A forma em que eles são tomados (oral x injetável);
Que dosagens são usadas;
Por quanto tempo eles são usados;
A idade, o sexo e o estado de saúde do usuário.

Natural Bodybuilders

É possível obter um corpo muito bom sem o uso de anabolizantes. Nos Estados Unidos existem diversas associações de "natural bodybuilders" que se dedicam a promover competições e incentivar as pessoas a obterem um bom físico sem o uso de esteróides.

Com o uso de técnicas corretas de treinamento e uma boa alimentação é possível se obter ótimos resultados. Dentre as técnicas, o overload que vimos na newsletter passada quando combinado com a periodização produz ótimos resultados.

A periodização consiste em um treino em ciclos, alternando períodos de alta e baixa intensidade, com o objetivo de estar sempre estimulando os músculos de forma diferente.

CUIDADO AO SEGUIR CONSELHOS DE LEIGOS!!! O uso de anabolizantes pode ser extremamente arriscado quando não acompanhado de perto por um especialista.

...e lembre-se sempre: Sua saúde não tem preço!!!

Doping Genético Stongman


RESUMO


Em uma época em que as Ciências do Esporte aportam cada vez mais decisivamente elementos para a melhora do desempenho esportivo dos praticantes de esportes de alto rendimento, em particular, e de atividades físicas, em geral, ganham em importância discussões acerca da utilização de novos métodos e substâncias em suas mais amplas implicações. Quer do ponto de vista sanitário ou ético, o doping genético tem suscitado debates tão intensos quanto questionáveis do ponto de vista científico. Pelo método dialético vêm as linhas a seguir com o objetivo de propor novo enfoque sobre o que é atualmente considerado doping genético pela Agência Mundial Antidoping, assim como para enfatizar a necessidade de buscar uma solução mais adequada à inevitável evolução e impacto que terão as tecnologias biomoleculares na humanidade e, logo, no esporte de alto rendimento. Com a apropriação de conceitos de áreas do conhecimento humano como a Biologia, o Direito e a Filosofia, este ensaio se propõe a auxiliar na compreensão de elementos centrais do doping genético e a provocar o surgimento de novas interrogações. Considera-se ao final que o tratamento dado
pela Agência Mundial Antidoping à utilização de tecnologias biomoleculares corresponde apenas em parte às transformações por que passa o mundo e às expectativas do Movimento Olímpico quanto à sua razão de existir.

Unitermos: Doping Genético, Esportes, Tecnologias Biomoleculares, Agência Mundial Antidoping, Direito ABSTRACT
At a time where Sports Sciences bring more and more decisively elements for the improvement of athletes' performance both in competitions and physical activities, issues concerning the use of new methods and substances in its broader implications gain in importance. Weather from the point of view of health or ethics, gene doping has provoked debates as excited as questionable in a scientific perspective. This essay try to consider a new approach on what is called gene doping by the World Anti-Doping Agency as well as emphasize the necessity to search a more adequate solution to the inevitable evolution and impact that biomolecular technologies may have on the humanity as a whole. With concepts from areas of knowledge such as Biology, Law and Philosophy, the following lines try to expose central elements of gene doping in order to make other interrogations resurge. At last, it is considered that the treatment given by the World Anti-doping Agency to the use of biomolecular technologies correspond only partly to the transformations that world passes by and to the expectations of the Olympic Movement concerning the Agency's goals.
Uniterms: Gene Doping, Sports, Biomolecular technologies, World Anti-Doping Agency, Law



1 - Introdução

Em uma época em que as Ciências do Esporte aportam, cada vez mais decisivamente, elementos para a melhora do desempenho dos praticantes de esportes de alto rendimento, em particular, e de atividades físicas em geral, ganham importância discussões acerca da utilização de novos métodos e substâncias que potencializem funções orgânicas no homem.
Considerando a quantidade de artigos de divulgação científica ressaltando aspectos principalmente bioéticos acerca do tema e a parca literatura científica especializada, este ensaio tem o objetivo de esclarecer aspectos científicos e propor novo enfoque sobre o que é atualmente considerado doping genético pela Agência Mundial Antidoping (WADA - World Anti-Doping Agency).
São apresentados conceitos de doping e tecnologias biomoleculares, bem como os principais genes candidatos ao doping genético. São discutidas, dialeticamente, as relações entre terapias gênicas e doping genético e a
inclusão do doping genético na lista proibida da WADA sob a égide da Biologia, do Direito e da Filosofia. Considera-se, ao final, que o tratamento dado pela Agência Mundial Antidoping à utilização de tecnologias biomoleculares corresponde, apenas em parte, às transformações por que passa o mundo e às expectativas do Movimento Olímpico quanto à sua razão de existir.

2 - Doping
2.1 - Definição de doping

Mais importante do que se ater a eventuais divergências entre cada uma das definições de doping[i] é perceber que em todas estão presentes elementos comuns que se interrelacionam: a intenção deliberada de melhorar o desempenho esportivo em detrimento da ética esportiva. O prejuízo, ainda que meramente potencial, à saúde dos atletas, não é elemento constitutivo do "doping", mas sua eventual decorrência. Com efeito, não se faz uso de doping com a intenção de causar um dano à saúde. Logo o aspecto de proteção à saúde dos atletas é um dos elementos centrais da investida "antidoping"[ii]. Assim, o doping pode ser compreendido como a (utilização de) substância ou método que possa melhorar o desempenho
esportivo e atente contra a ética esportiva em determinado tempo e lugar, com ou sem prejuízo à saúde do esportista. A solução para o problema do doping no Movimento Olímpico, se existe uma, deve passar necessariamente pela releitura dos valores abrigados pela Carta Olímpica[1], como se verá adiante.
Evitando eventuais lacunas na interpretação das diversas definições existentes, a Agência Mundial Antidoping
definiu doping como sendo "a ocorrência de uma ou mais violações das regras antidoping, tais como enunciadas nos artigos 2.1 a 2.8 do Código" (WADA/AMA, 2003, artigo 1). Conquanto esta definição seja útil do ponto de vista do enquadramento de um caso concreto, por ser remissiva ela não contribui para a tarefa de justificar a utilização das tecnologias biomolecurares para fins não terapêuticos, como o doping.
Com efeito, são oito as possibilidades de violação das regras no
atual sistema antidoping da AMA, quais sejam (WADA/AMA, artigo 2.1 a 2.8):
1. "a presença de uma substância proibida, de seus metabólitos ou seus marcadores em uma amostra corpórea do desportista";
2. "uso ou tentativa de uso de uma substância ou método proibidos";
3. "não-comparecimento, sem justificação válida, a uma coleta de amostras";
4. "não-fornecimento de informações exigidas sobre sua localização para efeitos de controles fora-de-competição ou o não comparecimento a um deles";
5. "a adulteração ou a tentativa de adulteração de qualquer elemento em qualquer fase do Controle Antidoping";
6. "o porte de substâncias ou métodos proibidos";
7. "o tráfico de
substâncias e métodos dopantes" e
8. "a administração ou tentativa de administração, o encorajamento, a incitação, a instigação a assistência ou de qualquer modo a ajuda ou a dissimulação da administração de substância ou método proibidos a qualquer desportista, ou a prática de qualquer outra forma de cumplicidade que implique em violação ou tentativa de violação de qualquer regra
antidoping".
Assim, das possibilidades acima enumeradas, o recurso às tecnologias biomeleculares subsumir-se-ia à hipótese do item 2 (uso ou tentativa de uso de uma substância ou método proibidos), uma vez que a "utilização para fins não terapêuticos de células, genes, elementos genéticos, ou de modulação da expressão genética, que tenham a capacidade de melhorar o desempenho esportivo é proibida", conforme preconiza a WADA desde 2003.


2.2 - Inclusão de Métodos na "Lista Proibida": Critérios

É através de decisão do Conselho Executivo da Agência que uma substância ou um método são incluídos na Lista Proibida, mas não aleatoriamente, pois que o Código Mundial Antidoping estabelece critérios - objetivos e
subjetivos - para tanto.
Com efeito, uma substância ou um método é suscetível de inclusão na lista de substâncias e métodos proibidos se atuarem no organismo como um agente-máscara[2] ou se a substância ou método atender a DOIS dos TRÊS cenários seguintes (WADA/AMA, artigos 4.3.1 e seguintes):
1. melhora, ainda que potencialmente, o rendimento esportivo;
2. representa um risco, ainda que potencial, para a saúde; ou
3. seu uso é contrário ao espírito esportivo, tal como descrito na Introdução do Código Mundial Antidoping, por decisão da WADA.
Com base nestes critérios, a Agência Mundial Antidoping incluiu o recurso às tecnologias biomoleculares na "Lista Negra" porque "seria inadequado exigir que a substância ou método atendesse aos três critérios para ser proibida. Por exemplo, a utilização da tecnologia de transferência genética para aumentar sensivelmente o rendimento esportivo dever ser proibida por contrariar o espírito esportivo, ainda que não ofereça riscos à saúde" (WADA/AMA, comentários aos artigos 4.3.1 e seguintes).
Efetivamente, é altamente provável que manipulações genéticas favoreçam a melhora do desempenho esportivo. Entretanto, os outros dois critérios não estão claros. Discutiremos, posteriormente, se o recurso às tecnologias biomoleculares pode causar dano à saúde do atleta. Mas é precisamente quanto ao terceiro critério (uso contrário ao espírito esportivo) que se faz necessário tecer algumas considerações neste momento.
O espírito esportivo, para a Agência Mundial Antidoping, é precisamente "o valor intrínseco do esporte", que se apresenta como "a essência propriamente dita do olimpismo" e
que incentiva os esportistas "ao jogo franco". É um conjunto de qualidades tais como "ética, fair play, honestidade, saúde, excelência no rendimento, bom caráter, educação, diversão e alegria, trabalho de equipe, dedicação e comprometimento, respeito às regras e leis, respeito a si e aos outros competidores, coragem, sentido de comunidade e solidariedade" (WADA/AMA - Introdução).
A questão que se coloca, então, consiste em perquirir se o recurso às tecnologias biomoleculares se choca com a idéia de "espírito esportivo". E justamente porque ele é a essência do olimpismo, é necessário investigar se estas tecnologias são contrárias aos
princípios do Olimpismo nele mesmo.
De seus Princípios Fundamentais, é preciso reter que o Olimpismo é uma filosofia de vida que busca equilíbrio entre corpo, mente e espírito, fazendo da arte, da cultura e da educação seus aliados principais. Com respeito aos princípios éticos fundamentais universais, o Olimpismo visa "colocar o esporte a serviço do desenvolvimento harmonioso do homem tendo em vista a promoção de uma sociedade pacífica e preocupada em preservar a dignidade humana" (COI, 2003 - Carta Olímpica).


3 - Genética
3.1 - Conceitos e terapia gênica

Definimos tecnologias biomoleculares como o conjunto das técnicas de manipulação do DNA (ácido desoxirribonucleico), RNA (ácido ribonucleico) e/ou proteínas, que incluem extração, quantificação, amplificação, marcação, localização de genes, isolamento, sequenciamento, transferência e clonagem para a realização de terapias gênicas ou genéticas, inclusive o doping genético.
Terapia gênica humana consiste em introdução de: a) genes
responsáveis por produtos terapêuticos, isto é genes normais, ou b) células geneticamente modificadas com a finalidade de bloquear a atividade de genes prejudiciais, ativar mecanismos de defesa imunológica, ou ainda produzir moléculas de interesse terapêutico (Nadir e Ventura, 2005).
O primeiro protocolo de terapia gênica em humanos foi realizado em 1990. Desde então, as técnicas para a realização da terapia gênica humana multiplicam-se rapidamente. Apesar de pouco sucesso documentado e algumas intercorrências, a terapia gênica tem revelado influência importante no paradigma clínico para o tratamento de doenças herdadas e não herdadas. Uma boa revisão dos trabalhos encontra-se em Culver (1996) e Crofts e Krimsky (2005).
Atualmente as estratégias utilizadas para experimentação em terapia gênica são: a) inserção de um gene em local não específico do genoma para substituição de um gene não funcional, b) um gene anormal pode ser substituído por um gene normal pela recombinação homóloga, c) o gene anormal pode ser corrigido por mutação reversa seletiva, o que retorna o gene à sua função normal, d) a regulação da expressão gênica de um determinado gene pode ser alterada.
Especificamente para o esporte, a terapia gênica oferece um caminho promissor na recuperação de tecidos de baixa capacidade regenerativa, tais como tendões, cartilagens e músculos esqueléticos, facilitando a recuperação de rompimentos de ligamentos cruzados (anterior e posterior), meniscos, lesões em cartilagens, e calcificação óssea tardia pela inserção de fatores de crescimento (IGF-1, bFGF, NGF, PDGF , EGF , TGF-alpha, TGF-beta, BMP-2)[3] para estimular a cicatrização (Martinek et al., 2000, Huard et al., 2003).

4 - Doping genético

Foi partindo da premissa e das perspectivas da terapia gênica que surgiu o termo - e o temor - Doping Genético na WADA em 2003. O termo refere-se à utilização não terapêutica de genes, elementos genéticos e/ou células que têm a capacidade de melhorar o desempenho esportivo (WADA, 2003).
Diferentemente do objetivo da terapia gênica, que consiste em alterar um gene para obter a cura como resultado, o doping genético não requer exatamente a modificação em um gene específico, pois há muitos genes que, se modificados, podem levar ao aumento do desempenho esportivo. Rankinen et al. (2004) elaboraram, a partir de dados da literatura específica, um mapa com os genes candidatos para os fenótipos de desempenho físico e saúde. Como tem sido um trabalho constante do pesquisador desde 2000, na atualização de 2003 do mapa foram registrados 109 genes nucleares, dois ligados ao cromossomo X e 15 mitocondriais. Na atualização de 2005 os autores incorporaram os genes que foram associados tanto à condição física quanto aos indicadores de sedentarismo. Assim, a nova versão inclui 140 genes autossômicos e QTLs[4], além de quatro genes ligados ao cromossomo X e 16 genes mitocondriais (Wolfarth, 2005).
Os genes candidatos ao doping genético mais estudados são EPO (eritropoietina), IGF-1 (fator de crescimento 1, semelhante à insulina) e GDF-8 (miostatina). O VEGF (fator de crescimento vascular), o LEP (leptina) e o gene codificador da endorfina também foram mencionados como fortes candidatos. No Congresso Pré-Olímpico de 2004, o VEGF foi citado como provável alvo por aumentar o número de vasos sanguíneos permitindo uma maior vascularização dos diferentes órgãos solicitados pela prática desportiva. O gene codificador da endorfina também foi apresentado como estratégico por aumentar o limiar da dor, permitindo treinos e competições ainda mais intensos (van Hilvoorde, 2004).

4.1 - Principais genes candidatos ao doping genético

A) Eritropoietina (EPO) - A Eritropoietina é uma citocina de 34kDa de massa molecular, historicamente considerada hormônio (glicoprotéico), sintetizada pelo gene EPO localizado em 7q21[5]. É o principal regulador da produção de células vermelhas, com função de promover a diferenciação eritrocitária e o início da síntese de hemoglobina. É sintetizada principalmente pelas células renais, porém os astrócitos também produzem EPO (OMIM, 2005). Como o aumento na quantidade de EPO aumenta o número de glóbulos vermelhos no sangue e a produção de hemoglobina, a administração de vários tipos de EPO, recombinantes e similares (rHuEPO-a, rHuEPO-ß, rHuEPO-?, darbepoietina-a, rHuEPO-d/GA-EPO, rHuEPO encapsulada, EPO miméticos), é útil no tratamento de anemias severas (congênitas, adquiridas, e causadas por insuficiência renal crônica). Por raciocínio semelhante, a administração de EPO é uma das formas de aumentar o transporte de oxigênio e, consequentemente, o desempenho esportivo em modalidades de longa duração. Pesquisas revelaram que a introdução de vírus contendo EPO aumentou cerca de 80% o hematócrito de camundongos e macacos (cf. Unal eUnal, 2004). O uso dos vetores retrovirais (Osborne et al., 1995), adenovirais (Tripathy et al., 1994), DNA puro e a transferência de linhagens de células transfectadas (fibroblastos e músculos), também foram eficientes em roedores (Hamamori et al., 1994). No entanto ainda faltam estudos para garantir a segurança e eficácia do método para a cura de anemias agudas e crônicas (Culver, 1996). Experimentos conflitantes são os que revelaram a eficácia da terapia gênica com EPO em macacos (Zhou et al., 1998), pois da mesma maneira que a transferência gênica se revelou eficiente, foi responsável pelo aumento excessivo de EPO (75%), levando a uma concentração de hemácias incompatível com a vida. Pesquisa recente revela que o controle farmacológico da expressão gênica será necessário para a segurança e eficácia da terapia gênica (Rivera et al., 2005). Além de EPO, é possível modificar a hemoglobina como estratégia para oferecer aumento de oxigênio aos tecidos. Gaudard et al. (2003) oferecem uma extensa revisão sobre o assunto com especial referência ao doping sanguíneo. Estudos mais recentes procuram estratégias para a detecção do doping genético provocado por EPO com técnicas biomoleculares, é o que revela o editorial da revista científica Haematologica (2004), que dedicou um fascículo inteiro ao tema.
B) Fator de crescimento 1 semelhante à insulina (IGF-1) - O fator de crescimento 1 semelhante à insulina (também conhecido como fator de crescimento muscular ou somatomedina C), codificado por um gene localizado em 12q22-q24.1, é uma cadeia polipeptídica simples contendo 70 aminoácidos. O IGF-1, além de ter estrutura tridimensional semelhante à da insulina, permite a ação do hormônio de crescimento por ser mediador de muitos, se não de todos, os efeitos deste hormônio (OMIM, 2005). Apesar do IGF-1 sérico ser sintetizado em maior quantidade pelo fígado, outros tecidos também o sintetizam e são sensíveis ao seu efeito. Os genes finais na cascata de síntese do GH incluem o IGF-1 e seu receptor IGF-1R, cujos produtos estimulam o crescimento em vários tecidos, incluindo ossos e músculos (Phillips, 1995; Rimoin and Phillips, 1997 apud OMIM, 2005). Na circulação, os IGFs são predominantemente unidos às proteínas de ligação (IGFBPs), que prolongam a meia vida dos IGFs e têm função de enviá-los aos tecidos alvo (Yakar et al., 1999). O processo de envelhecimento humano leva a um declínio da massa e do desempenho muscular esquelético, comprometendo a integridade muscular com invasão fibrótica em substituição ao tecido contrátil. Musaro et al. (2001) bem como Barton-Davis et al. (1998) e Barton et al. (2002), trabalhando com modelos animais, sugeriram que a transferência gênica de IGF-1 para o músculo poderia servir de base para a terapia gênica como prevenção da perda de função muscular associada ao envelhecimento, além de servir de benefício às doenças nas quais há muitas lesões no músculo esquelético tais como as distrofias musculares. O aumento do IGF-1 também pode promover a hipertrofia através de um aumento na síntese protéica e proliferação de células satélites. Lee et al. (2004) verificaram um aumento da hipertrofia através do efeito acumulativo da combinação de exercício de resistência e administração de IGF-1 que resultou em aproximadamente 30% de aumento de massa muscular e força em camundongos. A combinação do exercício de resistência e a expressão de IGF-1 induziram mais a hipertrofia que os dois isoladamente. Além disto, a perda de massa muscular pelo destreino foi maior quando não houve a administração de IGF-1. Resumidamente presume-se que as fissuras microscópicas nas fibras musculares, causadas pelo esforço, disparam um alarme químico que ativa os genes nucleares e desencadeia a regeneração do tecido (não a produção de novas células, mas a recuperação da membrana exterior das já existentes) e o preenchimento do seu interior com novas miofibrilas. Quando a demanda por miofibrilas é muito grande, as células-satélites respondem ao sinal, promovendo a divisão celular (hiperplasia) e depois algumas se fundem com a fibra muscular (hipertrofia). A regulação desse processo envolve tanto os genes que incentivam (IGF-1) quanto os que inibem (GDF-8) o crescimento muscular (Sweeney, 2004). Obviamente, alterações nestes genes seriam altamente desejáveis para a melhora no desempenho em muitas modalidades esportivas.
C) Miostatina (GDF-8) - A superfamília do fator de crescimento transformante beta compreende um grande número de fatores de crescimento e diferenciação fundamentais na regulação do desenvolvimento embrionário e manutenção da homeostase tecidual em animais adultos e em desenvolvimento. O GDF-8 é um gene desta superfamília localizado na região 2q32.2 responsável pela codificação da miostatina, uma proteína de controle e manutenção da massa muscular esquelética (OMIM, 2005). Durante os primeiros estágios da embriogênese a expressão do GDF-8 é restrita ao compartimento miotômico dos somitos, nos estágios posteriores, e nos animais adultos, o GDF-8 é expresso na musculatura esquelética. A expressão de miostatina parece não modificar conforme a idade (Costa, 2002). No músculo esquelético a miostatina é transcrita como um RNA mensageiro de 3.1kb que codifica uma proteína precursora contendo 335 aminoácidos. Esta proteína é expressa, sofre clivagem, é secretada no plasma e pode ser detectada nas fibras musculares esqueléticas do tipo I e II (Gonzalez-Cadavid et al., 1998). Em camundongos adultos, a miostatina circula como uma forma latente no sangue que pode ser ativada em meio ácido, similar ao TGF-ß[6]. A expressão excessiva de miostatina sistêmica em ratos adultos induziu a perda de massa muscular profunda e de gordura sem, no entanto, diminuir a absorção de nutrientes (Zimmers et al., 2002). Para determinar a função biológica da miostatina, McPherron et al (1997) inviabilizaram a expressão do gene GDF-8 em camundongos. Como resultado, os animais ficaram significantemente maiores que os não modificados, e a análise de cada músculo revelou aumento de duas a três vezes na massa muscular quando comparados aos animais não transformados. Estes aumentos foram atribuídos a uma combinação de hiperplasia e hipertrofia. Outros experimentos em camundongos (Lin et al., 2002; McPherroneLee, 2002) também revelaram aumento na massa muscular, além de redução na produção e secreção de leptina, sugerindo que a miostatina estivesse envolvida tanto na regulação do tecido adiposo quanto na do tecido muscular estriado esquelético. Além disto, os autores perceberam que a inibição da miostatina atenua parcialmente a obesidade e o diabetes tipo II, sugerindo que os agentes farmacológicos que bloqueiam a função da miostatina deverão ser úteis, não somente para promover o crescimento muscular, mas também para desacelerar, ou prevenir, o desenvolvimento da obesidade e do diabetes tipo II. Bogdanovich et al. (2002) testaram a inibição da miostatina in vivo em camundongos mdx[7]. Os resultados revelaram aumento de peso, massa, tamanho e força muscular absoluta, com uma diminuição significante na degeneração muscular, e concentração sérica de creatino-quinase. Os autores concluíram que o bloqueio da miostatina oferece uma boa estratégia para o tratamento de doenças associadas à perda muscular como, por exemplo, a Distrofia Muscular de Duchenne. Em experimento semelhante, Wagner et al. (2002) verificaram redução na extensão da fibrose muscular e melhora em algumas características do fenótipo distrófico. Em pesquisa brasileira, a expressão diferencial do gene GDF-8 nos músculos gastrocnêmio e diafragma de camundongos mdx e controles, realizada por Costa (2002), revelou que o músculo gastrocnêmio do camundongo mdx apresentou baixa taxa de degeneração e alta taxa de regeneração quando comparado ao diafragma, que, por sua vez, apresentou alta taxa de degeneração e baixa taxa de regeneração. O autor também verificou hiperexpressão do gene GDF-8 no gastrocnêmio de camundongos mdx. Assim, hipotetizou a existência de um mecanismo de retroalimentação negativa para a expressão do gene GDF-8 devido à relação entre regeneração tecidual e expressão proteica. A expressão do gene GDF-8 é similar em tecidos musculares de pacientes portadores de dois tipos de distrofia muscular (Duchenne e Becker) com diferentes graus de comprometimento clínico (2002). Com vistas às perspectivas de terapia gênica Walter et al. (2000) postularam uma perspectiva de mensurar a expressão da miostatina de forma não invasiva, enquanto Blankinship et al. (2004) enfatizaram a eficácia dos adenovírus como vetores mais apropriados para carregar o GDF-8. Curiosamente, foi identificada uma variação alélica em uma mãe e uma criança com hipertrofia e força muscular incomuns, uma mutação que levou à síntese de proteína severamente truncada, que, no entanto, não provocou anormalidade da função cardíaca em ambos (Schuelke et al., 2004).

4.2 - Considerações sobre a terapia gênica

Nos últimos anos as tecnologias biomoleculares vêm sendo aplicadas na área biomédica principalmente para o diagnóstico de doenças. Porém, diferentemente dos testes
de paternidade e dos exames de identificação criminal, que passaram a ser feitos pela análise do DNA e oferecem mais de 99,999% de fidedignidade diagnóstica, ainda não há terapias gênicas 100% eficazes e seguras à saúde humana.
As terapias gênicas atuais ainda são experimentais e não foram muito bem sucedidas na clínica médica, principalmente após a morte de um adolescente que participava de um protocolo para a Deficiência da Ornitina Transcarboxilase, em 1999. A causa da morte foi atribuída ao vetor, adenovírus, porque o rapaz apresentou uma resposta imune severa que levou à falência múltipla de órgãos quatro dias após o tratamento. Em 2003, a FDA (Food and Drug Administration, departamento americano de controle de alimentos e remédios) interditou as pesquisas com vetores retrovirais em células tronco sanguíneas como conseqüência do desenvolvimento de leucemia por duas crianças após a terapia gênica para um tipo de imunodeficiência severa condicionada por um gene ligado ao cromossomo X (PGH, 2005).
As principais dificuldades atuais relacionadas à eficácia da terapia gênica são:
A) Efeito transitório - para que ocorra a cura permanente pela terapia gênica, os DNAs introduzidos nas células alvo precisam permanecer nas células sintetizando proteínas. Pressupõe-se, também, que as células que recebem o DNA terapêutico precisem ter tempo de vida longo. Alguns problemas, como a integração do DNA ao genoma e a divisão celular, impedem, em muitas células, que a terapia gênica ofereça benefícios a longo prazo, fazendo com que os pacientes passem por várias sessões
durante o tratamento.
B) Resposta imunológica - o sistema imunológico reconhece qualquer vetor como agressor ao organismo. Devido às inúmeras sessões de terapia gênica há o risco do sistema imunológico ser excessivamente estimulado, reduzindo a
efetividade da terapia gênica.
C) Vetores virais - apesar dos vírus serem os melhores vetores em muitos estudos, podem provocar alterações nos pacientes, tais como toxidade, resposta imunológica e inflamatória, e controle gênico dos tecidos alvo.
Além disto, há sempre o receio de que os vetores virais recuperem suas habilidades de causar doenças, ou que estimule o desenvolvimento de outras, principalmente o câncer.
D) Doenças poligênicas - as
doenças causadas por mutações em apenas um gene são as mais indicadas para o tratamento com a terapia gênica. Infelizmente, os problemas mais comuns como doenças cardíacas, hipertensão, diabetes, mal de Alzheimer e artrite dentre outros, são causados por efeitos acumulativos de vários genes. As doenças poligênicas ou multifatoriais como estas são especialmente difíceis de serem tratadas efetivamente pela terapia gênica[8].


4.3 - Já existe o doping genético?

As discussões acerca da existência do doping genético aparecem mais em veículos de divulgação do que em periódicos científicos. Por ocasião dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, os jornais e a internet lançaram muitas matérias, algumas
das quais, juntamente com artigos científicos, foram redirecionadas e discutidas pelos participantes das listas de discussão sobre doping (Cevdopagem, 2004) e genética (Cevgenética, 2004), duas das mais de cem listas temáticas de discussão sobre esportes do Centro Esportivo Virtual[iii].
Analisando cientificamente podemos inferir que a terapia gênica e o doping genético, caso existam ou venham a existir de fato, ocorreriam por procedimentos idênticos, porém com finalidades diferentes. Pressupõe-se, deste modo, que a inserção de material genético em indivíduos saudáveis seja uma enorme insensatez, uma vez que as técnicas de terapia gênica ainda estão sendo estudadas e estão sob a proibição da FDA. No entanto, verifica-se que a biotecnologia necessária para a realização de tais transferências gênicas já está disponível e será cada vez mais eficaz.
"Todo mundo vê na EPO e nos hormônios de crescimento medicamentos químicos ou bioquímicos. Mas estas proteínas são mesmo fabricadas por engenharia genética e constituem o primeiro passo rumo ao doping genético. Logo, esta forma de doping já existe" (Dîne, 2003),
todavia a produção de insulina ocorre por técnicas semelhantes de clonagem bacteriana desde 1979.
Se o doping genético já foi ou está sendo realizado neste momento, os atletas estão servindo de cobaias humanas à pseudo ciência. De fato, "fala-se de experimentação humana quando toma-se algo desconhecido, faz-se tentativas e julgam-se, posteriormente, os resultados" (Escande, 2003). Com efeito, testar tratamentos médicos em pessoas saudáveis subleva problemas complexos de ordem bioética frequentemente associados à implicações de ordem legal.
Ainda sabemos muito pouco sobre as interações entre os genes no organismo humano. O sequenciamento do genoma humano revelou a existência de um número de genes menor do que o esperado[9]. Tal fato sugere a existência de mais pleiotropismos (e provavelmente de outros mecanismos ainda desconhecidos) para explicar a variedade e a interação entre as proteínas expressas no corpo humano. O pleiotropismo é a propriedade pela qual um gene, e sua respectiva proteína, influi em duas ou mais características, ou seja a proteína sintetizada por um único gene pode
atuar em vários órgãos e tecidos do corpo humano.
Considerando este aspecto podemos imaginar que a (re)posição de um gene defeituoso ou ausente, ou o bloqueio gênico da síntese de uma proteína em uma pessoa submetida à terapia gênica oferece tantos benefícios que eventuais efeitos colaterais decorrentes do pleiotropismo seriam insignificantes. Entretanto, em pessoas saudáveis, como é o caso de atletas, a inserção de genes extras poderia levar não somente à síntese exacerbada de proteínas e consequentemente ao aumento do desempenho esportivo esperado, como também a prejuízos imprevisíveis, inclusive ao próprio desempenho esportivo.
Se utilizarmos o gene da EPO como exemplo, verificaremos que a inserção deste gene em pessoas com anemias severas é extremamente funcional, pois os benefícios são muito óbvios. No entanto, se considerarmos os atletas de alto rendimento, verificaremos que a demanda por O2 no músculo não depende somente de altas concentrações de hemácias, mas também de uma boa capacidade cardio-repiratória, bem como da absorção intramuscular do O2. Em atletas o aumento de EPO pode não significar exatamente maior aumento de absorção de O2 pelo músculo. Não se deve desconsiderar, também, os múltiplos efeitos colaterais de um hematócrito muito elevado, além do que ainda é inviável "desligar" qualquer gene uma vez
inserido no corpo humano. Ainda, infecções indesejáveis podem decorrer de tentativas de doping genético em função das variações imunológicas sofridas pelos atletas submetidos a programas de treinamento intenso.
Contraditoriamente, a terapia gênica com injeção de IGF-1 muscular tende a ser mais segura porque parece que a proteína produzida pela isoforma muscular fica restrita ao músculo que recebe o tratamento. No entanto, a alteração gênica provocada desta maneira teria menos eficácia em atletas do que em pacientes porque os atletas têm danos musculares mais frequentes, facilitando a perda dos genes inseridos facilmente (Sweeney apud Aschwanden, 2000).
Um grande problema para a WADA é que a terapia gênica não tem a preocupação de ser ou não detectável. No entanto, já em 2000 procuravam-se estratégias para a detecção de doping genético pelos traços dos vetores, e pela super expressão proteica em atletas (Aschwanden, 2000). Porém, ao avaliar a super expressão protéica, atualmente não é possível detectar eficazmente se a mutação foi induzida pelo doping genético ou herdada, como no caso de Mantyranta, ou do recém descoberto portador do alelo mutante do GDF-8 (Schuelke et a., 2004). Algumas discussões sobre o doping genético apontam para preocupações da WADA com a detecção e para a percepção de que a descoberta de novos genes, aliada às perspectivas de sucesso
na terapia gênica, dificultarão o antidoping genético (McCrory, 2003; Vogel, 2004).
Concluindo, características poligênicas aumentam as possibilidades de genes a serem modificados. Características multifatoriais, sujeitas às ações ambientais (alimentação, treino, etc.) dificultam a detecção de modificações genéticas. Polimorfismos genéticos[10], por exemplo de genes responsáveis pelo metabolismo de
substâncias tóxicas (P450, NATs, GST, etc. MichaeleDoherty, 2005), tornam ainda mais difícil a detecção de alterações genéticas. Procurar estabelecer testes antidoping para uma infinidade de possibilidades prestes a acontecer nos próximos anos é insano.


4.3 - A utilização de tecnologias biomoleculares deve ser proibida nos esportes?

Quanto aos dois primeiros critérios da WADA de inclusão de substâncias ou métodos ou na lista proibida, fica claro que a modificação de genes tem o potencial de melhorar o rendimento esportivo, porque tem o potencial de curar doenças. Porém, não é possível prever as conseqüências da modificação de genes em pessoas saudáveis, principalmente atletas, nos quais o aumento de massa muscular poderá comprometer, por exemplo, os tendões e
ligamentos, levando à diminuição no desempenho esportivo e possivelmente, na saúde do atleta. Entretanto, ainda não há dados suficientes na literatura que nos permita responder, com exatidão, se o doping genético contempla os critérios de inclusão de substâncias na lista da WADA. Estas questões serão respondidas de acordo com os avanços das pesquisas relacionadas à terapia gênica. O fato é que a WADA opta pela inadequação das inúmeras formas de manipulações genéticas aos princípios fundamentais do olimpismo.
Neste ponto é possível também cogitar que a tomada de consciência da evolução inevitável por que passa, e por que passará, a Biologia Molecular, com todos os seus reflexos e impactos na melhora da qualidade de vida dos seres humanos, requereria da Agência Mundial Antiodoping uma sintonia mais fina com a realidade. Impossível não se lembrar da máxima de Georges Rippert, segundo a qual "quando o Direito ignora os fatos, os fatos se vingam e ignoram o Direito". Mais especificamente, "não há porque produzir normas ou regulações de fatos que não possuam uma dimensão social abrangente. Numa hipótese, em concreto, que venha tangenciar, eventualmente, a área jurídica, poderia ter sua solução equacionada por um juiz, com o instrumental legal de que dispõe. Por outro lado, o Direito mantém-se aprisionado ao dogma da eficiência de seu equipamento conceitual: toda e qualquer mudança no mundo da realidade, qualquer que seja o setor, será absorvida, sem precipitações, na teia jurídica" (Franco, 2005).
Com relação ao terceiro critério, uma vez que as terapias gênicas tendem a ser realizadas com sucesso nos próximos anos, pressupõe-se que as alterações gênicas sejam procedimentos terapêuticos tão naturais quanto tomar uma vacina em 1904. Assim, seria mais interessante investir em discussões éticas e programas de prevenção ao doping genético na comunidade esportiva. Segundo Oliver Rabin, diretor científico da WADA, idealmente cada atleta deveria submeter um "passaporte" biológico contendo informações genéticas sobre sua bioquímica. Ao encontrar alguma anormalidade, os atletas poderiam ser clinicamente acompanhados. A técnica de microarrays, que mede quantitativamente a expressão de milhares de genes de uma só vez, poderia detectar neste "passaporte", a expressão de genes extras ou alterados, resultantes do doping genético. No momento estes testes ainda são muito dispendiosos (Vogel,
2004). Resta apenas saber como o Rastreamento Genético seria recebido pelo mundo esportivo, presumindo-se que tal recurso esteja disponível em alguns anos de forma comprovadamente segura.

5 - Considerações finais

Doping genético é a expressão utilizada para sintetizar a "utilização para fins não terapêuticos de células, genes, elementos genéticos, ou de modulação da expressão genética, que tenham a capacidade de melhorar o desempenho esportivo"[iv] (WADA, 2003). Hipoteticamente, esta utilização implicaria na suspensão mínima de dois anos das atividades esportivas (WADA/AMA, 2003, artigo 10.2), à condição que se pudesse produzir prova material dos efeitos da terapia genética, algo ainda não relatado na comunidade científica.
Assim, de um lado, à luz das recentes incursões científicas no campo da Biologia Molecular, e tendo-se em conta a definição corrente de doping genético, somos remetidos a questionar a utilidade de se prever punição para algo que ainda não se pode provar. De outro lado, há relatos de pesquisas em curso nesta área do conhecimento humano que também tratam da modificação dos níveis de sensibilidade dos receptores hormonais, da otimização do transporte e duração de vida dos hormônios no organismo, ativação de neurotransmissores que agem no sistema nervoso central (Volodalen, 2005), entre outras que podem vir a ter impacto positivo na qualidade de vida do ser humano, como atestam os especialistas no assunto.
Também para a Agência, "a terapia genética representa um importante passo na pesquisa médica" (WADA, 2005, editorial). Fala-se, então, de um possível legado para a humanidade, o que é contraditório com a determinação de que "sua utilização para melhorar o desempenho esportivo é tão errado quanto qualquer forma de doping tradicional" (id ibidem).
Desde 1968, no mínimo, tem-se a consciência de que "a ciência tem com
efeito dado uma nova dimensão aos Jogos Olímpicos, aportando às ciências médicas uma pesquisa muito mais vasta sobre o melhoramento da espécie humana"[v] (AAFLA, pág 968). É precisamente isto que justifica a assertiva segundo a qual "não seria razoável proibir atletas geneticamente modificados de participar de competições esportivas" (Miah, 2004), sobremaneira quando não se negligencia que em todo o mundo estão atualmente sendo investidos recursos vultosos no desenvolvimento das tecnologias biomoleculares. Equivale dizer que, nem todo aquele que sofre algum tipo de intervenção biomolecular deveria ser proibido de participar de competições esportivas.
Finalmente, a utilização de tecnologias biomeleculares por atletas com o objetivo de melhorar seu desempenho não fere, em princípio, os preceitos fundadores do movimento olímpico, ao contrário. Fala-se, aqui, de excelência, de desenvolvimento humano, nos sentidos mais amplos que os termos podem tomar, à condição que tais recursos tenham sido satisfatoriamente testados e estejam ao alcance, ao menos formal, de todos.
É precisamente isto que justificaria, em nosso entender, ser inócuo o tratamento que a Agência Mundial Antidoping vem dispensando ao tema, notadamente em se considerando sua razão de existir. E a aceitação de que as tecnologias biomoleculares serão postas ao alcance dos atletas, como parece já ocorrer, implicaria, por parte da Agência, a economia de milhões de dólares que poderiam ser alocados de outras formas.
Sobretudo no que diz respeito aos acompanhamentos médicos longitudinais, de caráter preventivo, que substituiria, por sua maior propriedade e por seu caráter mais humanista, o
atual sistema punitivo, repleto de equívocos e brechas - sob o ponto de vista científico - e que propicia, aos atletas mais bem informados reparações de danos morais e materiais, pela fragilidade probatória e desrespeito ao sigilo com que as punições são atualmente aplicadas.



6- Referências

AMERICAN AMATEUR ATHLETICS FOUNDATION (AAFLA): 1968 Mexico City Olympic Games Official Report Volume 4: The Cultural Olympiad Mexico City Olympic Games Official Report Volume Four, 968. On line. Disponível em . Último acesso: 28/05/2005.
Aschwanden C. Gene cheats. New Sci. 165(2221): 24-9, 2000.
Barton E.R., Morris L., Musaro A., Rosenthal N., Sweeney H.L. Muscle-specific expression of insulin-like growth factor I counters muscle decline in mdx mice. J. Cell Biol. 157: 137-147, 2002.
Barton-Davis E.R., Shoturma D.I., Musaro A., Rosenthal N., Sweeney H.L. Viral mediated expression of insulin-like growth factor I blocks the aging-related loss of skeletal muscle function. Proc Natl Acad Sci USA 95(26): 15603-7, 1998.
Blankinship M.J., Gregorevic P., Allen J.M., Harper S.Q., Harper H., Halbert C.L., Miller D.A., Chamberlain J.S. Efficient transduction of skeletal muscle using vectors based on adeno-associated virus serotype 6. Mol Ther 10(4): 671-8, 2004.
Bogdanovich S, Krag T.O.B., Barton E.R., Morris L.D., Whittemore L.-A., Ahima R.S., Khurana T.S. Functional improvement of dystrophic muscle by myostatin blockade. Nature 420: 418-421, 2002.
Cevdopagem - arquivos http://listas.cev.org.br/pipermail/cevdopagem/
Cevgenética - arquivos http://listas.cev.org.br/pipermail/cevgenetica/
COMITÉ INTERNATIONAL OLYMPIQUE (COI). Charte Olympique. État en vigueur le 4 juillet 2003. On-line. Disponível em . Último acesso: 27/04/2005.
Costa C.S. Estudo da expressão do gene GDF-8 em tecido muscular de camundongos distróficos mdx e nas distrofias Xp21 humanas. Dissertação de mestrado,
Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002, 79p.
COUNCIL OF EUROPE. Anti-Doping Convention. Strasbourg, 16/11/1989. On line. Disponível em . Último acesso: 26/04/2005.
Crofts C., Krimsky S. Emergence of a scientific and commercial research and development infrastructure for human gene therapy. Hum Gene Ther. 16(2): 169-77, 2005.
Culver K.W. Gene therapy - a primer for physicians. 2ed. Mary Ann Liebert inc. NY, 1996.
DÎNE G. Le dopage génétique existe déjà. Entrevista concedida à Stéphane Guerard. On line. Disponível em Último aceso: 24/06/2005.
FRANCO, A.S. Genética Humana e Direito. On-line Disponível em . Último acesso


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[1] Vide referências.
[2] Agente que tenha a propriedade de mascarar a utilização de outras substâncias ou métodos, e.g., alguns diuréticos.
[3] IGF-1 = insulin-like growth factor-1; bFGF = basic fibroblast growth factor; NGF = nerve growth factor; PDGF = platelet-derived growth factor; EGF = epidermal growth factor;TGF = transforming growth factor; BMP-2 = bone morphogenetic protein-2
[4] Quantitative trait loci são regiões polimórficas de um cromossomo contendo alelos que influenciam diferentemente a expressão de uma característica quantitativa.A presença do QTL é inferida a partir do mapeamento genético.
[5] Nomenclatura cromossômica. Neste caso, o gene que codifica a EPO se localiza na região 21 do braço longo (q) do cromossomo 7 humano.
[6] Peptídeo multifuncional que controla a proliferação, diferenciação, e outras funções em muitos tipos celulares
[7] Linhagem de camundongos com distrofia muscular
[8] Seria necessária a correção de vários genes que codificam estas condições, muitos dos quais ainda desconhecidos.
[9] 20.000 a 25.000 ao invés dos 35.000
[10] Formas variantes de um mesmo gene, como ocorre com o sistema ABO


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[i] Doping pode ser 1) «absorção de substâncias, medicamentos ou de princípios farmacológicos ativos, assim como o recurso a práticas médicas não justificadas por condições patológicas, para modificar as condições do organismo no intuito de alterar o desempenho esportivo do atleta" (REPÚBLICA ITALIANA, artigo 1); 2) "a administração a um esportista ou o uso feito por este, de classes farmacológicas de agentes ou métodos dopantes" (COUNCIL OF EUROPE), 3) "a utilização, no curso de competições e manifestações esportivas (...) ou em vista de participar delas, de substâncias e procedimentos que tenham a propriedade de modificar artificialmente a capacidades atlética ou de mascarar a utilização de substâncias que tenham esta propriedade" e "recorrer a estas substâncias ou procedimentos cuja utilização seja submetida a condições restritivas sem que estas condições sejam preenchidas (RÉPUBLIQUE FRANÇAISE, artigo 15); 4) "a administração aos praticantes desportivos ou o uso por estes de classes farmacológicas de substâncias ou de métodos constantes das listas aprovadas pelas organizações desportivas nacionais e internacionais competentes" (REPÚBLICA PORTUGUESA, artigo 2); 5) "a substância, agente ou método capaz de alterar o desempenho do atleta, a sua saúde ou espírito do jogo, por ocasião de competição desportiva ou fora dela" e "a administração ao atleta, ou o uso por parte deste, de substância, agente ou método capaz de alterar o desempenho do atleta, prejudicar a sua saúde ou comprometer o espírito do jogo, por ocasião de competição desportiva ou fora dela" (REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL).
[ii] Em 1967, ocasião em que assumia a presidência da Comissão Médica do COI, Alexandre de Mérode (Prince de Mérode) (apud Lapouble, 1999, p. 121) expunha os princípios de base da luta antidoping, a saber: "défense de l'Ethique Sportive, protection de la santé des athlètes et mantien des chances égales pour tous". Poderíamos acrescentar, hoje, que além da ética esportiva, da proteção da saúde dos atletas e da igualdade de oportunidades, deve-se considerar a interrelação no plano social das condutas aditivas no esporte.
[iii] O Centro Esportivo Virtual é uma organização não governamental brasileira constituindo-se em um centro de documentação e informação esportiva cujo portal na Internet se encontra em .
[iv] Cf "the non-therapeutic use of cells, genes, genetic elements, or of the modulation of gene expression, having the capacity to enhance athletic performance".
[v] Cf. "La science a en effet donné une nouvelle dimension aux Jeux en ajoutant aux recherches de médecine sportive une enquête beaucoup plus vaste sur l'amélioration de l'espèce humaine".

Ramirez A[1] & Ribeiro A[2] Doping genético e esporte. Revista Metropolitana de Ciências do Movimento Humano, São Paulo, v. 5, n. 2, p.9-20, jun. 2005.

ONLINE: http://www.we3m.com.br/artigo/artigo.doc

Ergogênicos: Hormônios de Crescimento


Ergogênicos: Hormônios de Crescimento


HGH

Bom, para começar este é um grande medicamento. Este é o melhor medicamento para permanentes ganhos. É a única droga que pode remediar uma pobre genética, e faz qualquer um crescer. Alguns atletas reportaram, extremos ganhos de tamanho muscular e força em curto período de tempo.

Vamos falar o que é o hormônio de Crescimento: O HGH é um Polipeptídio que contém 191 amino ácidos. Ele é produzido pela Hipófise e é liberado dependendo do estimulo que lhe é dado. Durante a década de 80, apenas a biológica forma do HGH, era vendida. Ela era retirada da carcaça de cadáveres e era muito custoso e pouco seguro método de fabricação. Em 1985 a administração do HGH Humana foi correlacionada com uma doença muito rara chamada CREUTZFELD-JAKOB, que invariavelmente levava a uma morte cerebral, passando por demência. Em resposta à isso foiretirada do mercado este tipo de manufatura. Hoje em dia, já se desenvolveu o HGH sintético produzido a partir da ESCHERICHIA COLI ou da transformação da linha de células de ratos.

O HGH têm um grande efeito anabólico e causa aumento da síntese de Proteínas que se manifesta na hipertrofia muscular ena hiperplasia muscular. O ultimo efeito é muito interessante e não pode ser adquirido através de esteroides anabólicos. Por causa disso o Hormônio do crescimento é considerado o maior medicamento anabólico existente. O segundo efeito do HGH é pronunciado efeito na perda de gordura. Ele transforma mais gordura em energia, alcançando uma drástica redução do percentual de gordura. Atletas muitas vezes têm que aumentar a ingesta de calorias para manter o peso adequado. O terceiro efeito do HGH, é que ele possui um efeito emcima dos tecidos conectivos, tendões, cartilagens e etc, causando uma fortificação destas estruturas. Muitos atletas usam o HGH, em união a o uso de esteroides anabólicos, como um fator de proteção contra lesões e rupturas por causa dos treinos.

Algumas pessoas não sentem nenhum resultado com o Hormônio do Crescimento, por causa de alguns motivos que irei citar abaixo.

1 – Atletas que não tomam suficiente quantidade de HGH, regularmente e por um período de tempo determinado. HGH, é um medicamento muito caro o que faz com que muitas pessoas não tenham acessoa quantidade adequada desta droga.

2 – Quando você usa o HGH, o seu corpo necessitará de mais Hormônio Tireoideano, Insulina, Gonadotrofinas, Estrogênio e a grande surpresa Andrógenos e Anabólicos. Este é um dos motivos que o HGH quando tomado sozinho, pode dar menos efeito do que se for tomado apenas esteroides anabólicos, Insulina e Hormônios Tireoideanos em particular. Existem três hormônios que são predominantes quando se está falando de anabolismo muscular, HGH, Insulina e LT-3 como o Cynomel. Apenas com esta junção pode-se ter uma adequada quantidade de SOMATOMEDINA e IGF-1, que são produzidas pelo Fígado.

3 – Em muitos poucos casos, o corpo reage criando um antinodo, contra o HGH exógeno, transformando ele em ineficiente.

Com relação à dosagem, é uma pergunta um pouco difícil de ser respondida, por que não há uma correlação de qual a melhor dosagem para o crescimento muscular. Os laboratórios acham que a dosagem de rodar em torno de 0.6 UI por semana por kg de peso corporal, para pessoas com insuficiência de produção de HGH pela Hipófise. Um atleta de 90 kg deveria injetar 60 UI por semana. Essa dosagem deveria ser dividida em 3 intramusculares injeções de 20UI cada. A administração subcutânea é outra forma de tomar o HGH, no entanto dessa forma deveria ser administrados todos os dias com 8 UI por dia. Os atletas de topo geralmente injetam 4 à 16 UI ao dia. As injeções subcutâneas são mais preferidas pelo fato do HGH, possuir uma vida media de menos de uma hora. Por esta razão não é uma surpresa que atletas administrem o HGH, em 3 ou 4 vezes ao dia, com 2 à 4 UI a cada aplicação. Aplicações regulares, pequenas dosagens tem demonstrado ser mais eficientes.

A dose mínima efetiva é 4 Ui por dia.


Continuação na próxima atualização.

Ginecomastia


Ginecomastia




Ginecomastia consiste no aumento das glândulas mamárias no homem, podendo ser glandular, gordurosa e glandular mais gordurosa.

Apresenta-se de forma unilateral ou bilateral, oriunda de vários fatores, entre eles fisiológicos, patológicos, indução química, desequilíbrio hormonal ou causas idiopáticas.

Na puberdade, em virtude de uma disfunção hormonal, incide em cerca de 40% nos jovens de 13 a 15 anos, devendo ser tratada caso não desapareça.

Muitos fisioculturistas, no afã de aumentar a massa muscular, aderem ao uso de abanolizantes, sabendo que tais substâncias químicas podem ter efeitos colaterais como o aparecimento de espinhas e cravos, maior oleosidade da pele, e o aumento da glândula mamária.

Outras situações também podem ocasionar o desenvolvimento da ginecomastia como o uso de medicamentos para combater a hipertensão, a presença de gorduras localizadas (ginecomastia gordurosa), doença no fígado, etc.

O tratamento da patologia em questão é cirúrgico, realizado mediante a incisão periaureolar (incisão de WEBSTER) onde será retirada a glândula ou tecido adiposo.

A sutura é intradérmica, não deixando marcas na pele capazes de identificar a intervenção cirúrgica.

Em relação à ginecomastia gordurosa a incisão é feita na axila, através de uma cânula, submetendo o paciente à lipoaspiração onde será retirada toda a gordura ali acumulada, obtendo-se um excelente resultado.

O pós operatório geralmente é indolor restabelecendo o convívio social em poucos dias.

É importante que a ginecomastia seja diagnosticada a fim de evitar distúrbios psicológicos, constrangindo ou afastando o indivíduo da sociedade e razão do complexo gerado pelo aumento do peito.

Uma avaliação correta certamente evitará tais dissabores, recuperando a auto-estima e conseqüente qualidade de vida tão almejada pelo ser humano.

(fonte: nao lembro)


Vacilo o gato WEUUMM!

Obesidade x Atividade Física


Obesidade x Atividade Física
O excesso de peso e, em maior escala, a obesidade têm sido alvo de muitos estudos, pois ambos vêm sendo apontados como as principais causas de mortes por doenças cardiovasculares em todo o mundo.

Grande parte dos indivíduos obesos se encontram na faixa etária produtiva, porém apresentam um estilo de vida tipicamente sedentário.

O sedentarismo e os distúrbios alimentares são hoje, os principais fatores predisponentes para a obesidade.

Quando os indivíduos passam a se preocupar com o excesso de peso, por diversas razões - dores lombares, dificuldade de locomoção, estética - muitos buscam o emagrecimento através da utilização medicamentosa e/ou através de planos alimentares ou de produtos que causam grande deficiência calórica e nutricional, trazendo perdas hídricas e eletrolíticas, redução de massa magra e nos níveis de força, queda de imunidade, irritabilidade, hipoglicemia e diversos outros sintomas. Em vista disso, a obesidade tem sido apontada como um problema de saúde pública.

Obesidade é uma condição na qual a quantidade de gordura ultrapassa os níveis desejáveis. Mas pode ocorrer também um excesso de peso, onde o peso corporal total excede determinados limites, pelo aumento da massa magra.

O peso corporal apresenta um sistema de dois componentes:
Massa corporal magra (isenta de gordura) formada pelos tecidos musculares e esqueléticos, pele, órgãos e tecidos;
Gordura corporal.

Assim sendo, o aumento de massa corporal magra pode representar a elevação no peso corporal total sem que haja aumento nos níveis de gordura corporal. Por outro lado, o excesso de peso corporal pode ocorrer pela elevação nos depósitos de gordura, com ou sem o aumento na massa corporal magra, o que caracteriza um ganho de peso que pode levar à obesidade.

Para o tratamento da obesidade, é indicada uma dieta balanceada e hipocalórica além do aumento na atividade física, sempre sendo orientado por um nutricionista e preparador físico. Assim, é preciso mudar o estilo de vida para conseguir bons resultados.

Os exercícios mais indicados são os aeróbicos de média ou longa duração e que envolvem grandes grupos musculares, pois apresentam um gasto calórico significativo. As atividades mais recomendadas são caminhadas, corridas, bicicleta, natação e dança.

O treinamento físico ocasiona a redução significativa do peso e gordura corporal, elevação ou manutenção da massa corporal magra, redução da pressão arterial, regulação do apetite, melhoria da imagem e expressão corporal e, principalmente, ajuda a prevenir doenças que derivam da obesidade como as cardiovasculares, tromboses, insuficiência cardíaca, diabete, hipertensão e artrite.

Como ninguém ganha gordura corporal do dia para a noite, o emagrecimento deve ser gradual e saudável, mudando o seu estilo de vida com dieta e exercício.